Uma técnica cada vez mais adotada por produtores brasileiros têm ganhado espaço também em propriedades de Barra do Corda (MA): o pastejo rotacionado. A prática, que divide a área de pastagem em piquetes e alterna o uso por períodos, melhora o aproveitamento do capim, dá mais tempo de recuperação ao solo e aumenta a oferta de alimento para o gado.
Com o apoio técnico do Sebrae, que subsidia até 70% do valor do projeto por meio do Sebraetec, produtores como Estevão Negreiros já observam os primeiros resultados. “Minha terra é pequena, então precisava aproveitar bem. Com a consultoria, fizemos o projeto certo e agora estou vendo o retorno”, afirma.

O objetivo é garantir capim sempre disponível e de melhor qualidade, promovendo uma alimentação mais equilibrada para o gado. Com isso, o produtor consegue aumentar a lotação da área, melhorar o ganho de peso dos animais e reduzir custos com suplementação.
Segundo o consultor Shielbert Santos. “Em vez de um animal por hectare, como é comum em áreas de sequeiro, é possível chegar a dois”, explica. Isso representa maior produtividade sem necessidade de adquirir mais terra.
Outra vantagem está na economia com estrutura. Enquanto a cerca tradicional pode ultrapassar R$ 15 mil por quilômetro, o sistema rotacionado utiliza cerca elétrica, com custo inicial de aproximadamente R$ 2.500 — valor ainda mais acessível nas ampliações.
Nos projetos implantados em Barra do Corda também vem sendo adotado o uso de eletrificadores com placas solares acopladas, dispensando a necessidade de energia elétrica convencional. Isso permite a implementação da tecnologia mesmo em áreas remotas, onde não há acesso à rede elétrica, ampliando as possibilidades de manejo sustentável em pequenas propriedades.

Na Fazenda Santa Clara, o gerente José Pereira Viana já comemora os benefícios no manejo. “A rotação ajuda no controle do pasto, sobra mais capim e o gado fica mais tranquilo. Gado bem alimentado e com água boa desenvolve melhor e dá mais resultado”, diz.
Investimento constante
Com um rebanho de mais de 10 milhões de cabeças, o Maranhão ocupa posição de destaque no cenário pecuário nordestino. Segundo o Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (IMESC), a produção animal no estado cresceu 32,6% em 2022, sinalizando o potencial de valorização contínua da atividade.
Diante desse cenário, produtores que desejam aumentar a eficiência sem ampliar área ou comprometer o solo, o pastejo rotacionado surge como uma solução acessível, prática e de alto impacto.
De acordo com André Veras, gerente da Unidade de Negócios do Sebrae em Grajaú, a iniciativa faz parte de uma estratégia mais ampla de fortalecimento da pecuária na região. “Trabalhamos a gestão da propriedade aliada à adoção de práticas eficientes. Com o pastejo rotacionado, o produtor consegue aumentar a produtividade, reduzir custos e melhorar os resultados”, conclui.