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Karina Toledo viu o empreendimento prosperar em meio a pandemia e hoje ocupa lugar de destaque no mercado regional.
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A empresária Karina Toledo, proprietária da Casa Mineira, foi uma das premiadas no Concurso de Produtos Lácteos do Nordeste, conquistando 5 medalhas. Com esse resultado, a Casa Mineira repete a presença no podium do concurso. Em 2023, o empreendimento também foi premiado durante o certame, realizado em Campina Grande-PB.

Realizado durante a 18ª edição do Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados (ENEL), o concurso, organizado pelo Sebrae, reconheceu a excelência e qualidade dos produtos lácteos da região.

Entre os premiados, o requeijão da Casa Mineira, de Imperatriz, premiado com medalha de ouro e incluído para a Seleção Queijista, consolidando-se como um dos melhores do Nordeste. Esse triunfo não apenas celebra a qualidade do produto, mas também a trajetória inspiradora de sua criadora, Karina Toledo, cuja história reflete a fusão de tradição familiar com empreendedorismo visionário.

A Casa Mineira integrou o conjunto dos 163 produtos inscritos, de 118 produtores nordestinos. No concurso deste ano, o Maranhão brilhou com 23 medalhas, sendo 5 de bronze, 11 de prata e 7 de ouro. Dentre esses destaques, três produtos maranhenses conquistaram lugar de honra na cobiçada Seleção Queijista do ENEL 2024, reconhecimento reservado aos melhores queijos da competição.

A História de Karina Toledo: da saudade à excelência no mundo dos queijos

Karina Toledo, advogada e professora universitária, encontrou em suas raízes mineiras a inspiração para um negócio que rapidamente se tornou sucesso no segmento de laticínios em Imperatriz. Proprietária da Casa Mineira, Karina iniciou sua jornada como produtora de queijos em fevereiro de 2020. Mas a história começa muito antes disso, no interior de Minas Gerais.

Em 2024, no ENEL, a Casa Mineira levou quatro medalhas para casa, dentre elas o tão sonhado ouro.

Tradição e legado familiar – A tradição de fazer queijos sempre fez parte da vida de Karina. Sua avó, dona Geni, produzia queijos artesanais na fazenda da família em Minas Gerais. Esse legado permaneceu vivo na memória de Karina e, ao se mudar para Imperatriz, no Maranhão, a produtora e sua família perceberam uma lacuna no mercado local: a falta dos autênticos e tradicionais queijos mineiros, com seus sabores únicos e produção artesanal. “Sentimos falta dos queijos naturais, porque aqui só encontrávamos queijos industrializados”, relembra Karina.

Essa saudade materializada sob a forma de sabor levou Karina juntamente com seu pai conhecido como Toninho Toledo, a colocar a ‘mão na massa’. Inicialmente, ela começou a produzir queijos para o consumo familiar. Mas, não demorou muito para que amigos e conhecidos descobrissem a qualidade do produto e começassem a fazer pedidos. Quando veio a pandemia de COVID-19, em 2020, a demanda pelos queijos de Karina aumentou consideravelmente. Vendo a oportunidade de transformar aquela paixão em negócio, ela então fundou a Casa Mineira, que rapidamente conquistou a preferência de uma clientela fiel.

Pai e Filha mantém tradição e continuam legado de Dona Geni, matriarca da Família.

A empresa familiar cresceu tanto que Karina teve que diminuir outras atividades. “Hoje meu pai se dedica totalmente à produção de queijos, e eu diminuí as minhas aulas na faculdade e diminuí a advocacia. Atualmente, ainda dou aula em uma faculdade duas vezes por semana, nos outros dias me indico a empresa”.

A Casa Mineira é a primeira queijaria do Maranhão 100% natural já registrada pelo SIM (Selo de Inspeção Municipal). A empresa, que demandava 50 litros por dia, hoje trabalha com a produção em média 300 litros por dia.

O apoio do Sebrae: da regularização ao sucesso

O crescimento da Casa Mineira trouxe novos desafios, especialmente no que se refere à regularização do produto e adequação às exigências legais de fabricação. Foi nesse momento que o Sebrae entrou na história de Karina, oferecendo suporte para que a Casa Mineira se tornasse uma empresa regulamentada. “O Sebrae nos auxiliou na busca pela regularização da Casa Mineira, fornecendo informações e instruções no processo de conquista dos Selos de Inspeção”, explica a empreendedora.

Com esse passo, a Casa Mineira ganhou condições para expandir a produção de forma segura e legal, garantindo que os produtos atingissem um público ainda maior. Além disso, o Sebrae proporcionou acesso a capacitações e orientações que permitiram a Karina aperfeiçoar as técnicas de produção, elevando ainda mais a qualidade dos queijos que já eram tão bem recebidos.

Após estruturação, os próximos passos da empresa é vender para outros estados. “Nós somos a única que é realmente 100% natural registrada. Já temos o SIM e a gente agora com a ajuda do SEBRAE, estamos na construção para conseguir o SIFI, que é o selo de inspeção federal. A gente já está dando entrada em toda essa documentação para conseguir poder vender os nossos queijos em outros estados”, explica Karina.

Queijos inspirados na tradição de Minas Gerais, produzidos pela Casa Mineira, ganham destaque junto ao consumidor maranhense.

Aline Maracaípe, analista técnica e gestora do Agro em Imperatriz, reforça a importância do trabalho do Sebrae junto a produtores como Karina. “A região tocantina foi destaque no ENEL, e isso é resultado de um trabalho de longo prazo. O Sebrae, através de atendimentos via Sebraetec, deu suporte à Casa Mineira na adequação como agroindústria. A realização de eventos como o ENEL e o ALI Rural têm dado ferramentas para que os produtores alcancem maior qualidade e competitividade em seus negócios”, frisou a gestora.

Ela também destaca a importância de iniciativas como a elaboração de tabelas nutricionais pelo Sebraetec, e programas como o Negócio Certo Rural, que foram essenciais para a melhoria da qualidade e a adequação dos produtos da Casa Mineira às legislações vigentes. “Após o acompanhamento do Sebrae, os produtores passam a acreditar mais em seus negócios, buscam a profissionalização e especialmente a melhoria de seus produtos e a adequação das agroindústrias no aspecto legal. Isso resulta em uma melhoria significativa dos produtos, ganhos de mercado e reconhecimento, como pudemos ver no ENEL 2024”, acrescentou Aline Maracaípe.

Conquistas: o sucesso como resultado

A trajetória de Karina e da Casa Mineira ganhou destaque no cenário nacional quando, em 2023, seus queijos foram premiados no XVII ENEL (Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados), realizado na Paraíba. Naquela edição, a Casa Mineira conquistou duas medalhas: Bronze, com o Queijo Coalho Artesanal e Super Ouro, com o Queijo Toledo, uma homenagem à sua família.

Em 2024, com a experiência adquirida e o aprimoramento das técnicas, Karina voltou a participar do concurso. E o resultado foi ainda mais impressionante: Medalha de Bronze com o Queijo Vovó Geni (homenagem à avó, que a ensinou a fazer queijos); Medalha de Prata, com o Queijo Coalho Artesanal; Medalha de Prata, com o Queijo Imperatriz (batizado assim em homenagem à cidade que a acolheu); e Medalha de Ouro, com o Requeijão Casa Mineira. Além disso, o requeijão foi selecionado para integrar a prestigiada Seleção Queijista do ENEL 2024, lista dos dez melhores queijos do Nordeste.

Exemplo de como a tradição familiar, aliada à inovação, e com o apoio certo, podem resultar em sucesso, a Casa Mineira é hoje uma referência na produção de queijos artesanais Sobre novos voos, Karina planeja continuar melhorando o produto a cada dia, além de permanecer sendo referência no Nordeste, levando o sabor autêntico de Minas Gerais para as mesas maranhenses. “São desafios que nos motivam a continuar trabalhando para melhorar sempre”, diz ela, feliz com as conquistas da Casa Mineira.

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