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Reconhecida como a capital do mel no Maranhão e o município que mais produziu mel no Brasil em 2024, com mais de 1.000 toneladas produzidas, Santa Luzia do Paruá dá um novo passo rumo ao fortalecimento da apicultura na região do Alto Turi. Os produtores locais constutiram a Cooperativa dos Apicultores, Meliponicultores e Produtores Rurais de Santa Luzia do Paruá e Região do Alto Turi (COOAPISTURI), com apoio técnico e institucional do Sebrae Maranhão, que tem sido parceiro histórico no desenvolvimento dessa cadeia produtiva, o proximo passo será a formalização.
Para Adalberto Fraga, Gerente da Unidade de Negócios do Sebrae de Santa Inês, o sucesso da produção de mel de Santa Luzia do Paruá está na união dos produtores.
“É importante dizer que só é possível a constituição de uma cooperativa com a participação dos produtores, se não houver união e participação, não há como o cooperativismo acontecer. E conscientes da importância de cada passo, a partir de agora os Apicultores buscaram aproximar-se do Sebrae mais uma vez, em busca do apoio estratégico para continuar crescendo,” destacou o gerente.
A constituição da cooperativa marca uma nova fase para os apicultores e produtores rurais, que agora se organizam de forma cooperada para fortalecer a gestão, agregar valor ao produto e conquistar novos mercados. O objetivo é claro: transformar o mel orgânico de Santa Luzia do Paruá em uma marca reconhecida nacionalmente, com embalagem e rotulagem próprias, rompendo o ciclo atual em que toda a produção é vendida a granel para outros estados, como Piauí e Ceará, que posteriormente exportam o produto.
“Nós contribuímos até o momento com uma consultoria de diagnóstico para identificar a situação produtiva de cada apicultor membro da cooperativa, além de orientarmos sobre a estruturação, gestão e funcionamento da COOAPISTURI”, explicou Hudson Gomes, Técnico do Sebrae e gestor do Agro na Região do Alto Turi.
A previsão para no próximo ano é executar consultorias SEBRAETEC, com foco na regularização dos produtos, criação de identidade visual, inovação em embalagem e rotulagem, comercialização e acesso ao mercado. O objetivo do Sebrae é fortalecer essa cadeia produtiva e consolidar o mel do Alto Turi como referência nacional.
A cooperativa conta ainda com o apoio do Senar, da Prefeitura de Santa Luzia do Paruá e da Câmara Municipal de Vereadores, que reconhecem na apicultura uma importante fonte de renda e desenvolvimento local.
Sebrae: duas décadas de parceria com o mel do Alto Turi
“A cadeia produtiva da apicultura da região do Alto e Baixo Turi tem recebido, ao longo dos anos, o atendimento do SEBRAE, por meio de programas e projetos, em parceria com instituições de fomento, levando soluções de inovação, gestão e mercado, visando a melhoria da produção, produtividade e por consequência da melhoria de renda e ocupação,” disse Adalberto Fraga, gerente da Unidade de Negócios do Sebrae de Santa Inês.
A cerca de duas décadas, quando o Sebrae iniciou o Projeto de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Apicultura, em parceria com a então cooperativa Turimel, a produção ainda era tímida, mas os produtores já entendiam que a organização e união eram a chave do sucesso. Na época a instituição investiu em capacitação técnica, consultorias tecnológicas, certificação orgânica e missões para feiras e congressos nacionais, além de promover a formação de agentes de desenvolvimento rural e o fortalecimento da cultura do cooperativismo.Esse trabalho de longo prazo construiu a base para o crescimento sustentável da cadeia produtiva do mel no Alto Turi.
Hoje, o Sebrae atende cerca de 139 produtores de mel em todo o estado, sendo 55 deles nos municípios de Santa Luzia do Paruá, Zé Doca e Araguanã, assistidos pela Unidade de Negócios do Sebrae em Santa Inês.
O novo desafio dos produtores
Para os apicultores, o cooperativismo é o caminho natural para dar o próximo passo. “A intenção é crescer e melhorar o preço do mel, mostrar para o Maranhão e para o Brasil a força do produtor de Santa Luzia do Paruá”, afirma Robson Almeida de Sousa, apicultor e membro da COOAPISTURI.
Segundo ele, a meta é fazer com que o mel local também seja valorizado no mercado interno. “Hoje o nosso mel vai todo pra fora. Queremos mudar isso e mostrar que o produto é de qualidade, orgânico e pode ser beneficiado aqui mesmo, gerando emprego e renda para nossa gente,” explicou o apicultor.
O entusiasmo é compartilhado por Elisvaldo da Silva e Silva, ex-apicultor e hoje consultor técnico da cooperativa. “O que a gente espera é que nosso grupo se fortaleça cada dia mais, que tenhamos uma identidade. Já somos destaque na produção, agora queremos ser reconhecidos pela marca e pela qualidade. A cooperativa é mista, reúne produtores de mel, hortaliças, criadores de animais e outros segmentos. É uma união em prol do desenvolvimento rural sustentável”, ressaltou Elisvaldo.
Cooperativismo que transforma
A criação da COOAPISTURI representa mais que a formalização de uma entidade, é a consolidação de um modelo de organização, gestão e fortalecimento comunitário que promove o desenvolvimento econômico e social da região.
Com o apoio do Sebrae e de parceiros locais, os produtores do Alto Turi buscam não apenas ampliar a produção, mas também beneficiar, embalar e certificar o mel, elevando o padrão de qualidade e agregando valor ao produto que já é referência em pureza e sabor.
