Fale conosco 9 Acessibilidade 0
Sebrae Acesse o Portal Sebrae
Você está na ASN

ASN Agência Sebrae de Notícias

 
ASN MA
Compartilhe
ASN MA
Compartilhe

Há 27 anos a lavradora Maria Lúcia Borges chegou à Comunidade Canto do Ferreira, em Chapadinha, com um sonho simples: garantir o sustento da sua família por meio da agricultura. Antes, ela não possuía terra para morar ou trabalhar, e o pouco de renda que conseguia era proveniente da venda de amêndoas do coco babaçu. Foi ali, no Canto do Ferreira, que Maria Lúcia conheceu o verdadeiro potencial desse fruto para transformar não somente a vida da sua família, mas também a de muitas outras que possuíam o mesmo anseio de viver da terra.

Na comunidade, a lavradora aprendeu a aproveitar o coco babaçu de maneira integral, especialmente o mesocarpo do fruto, localizado entre a casca dura (endocarpo) e a amêndoa (semente), o que possibilitou o preparo de novos produtos para comercialização. Em 2007, nove anos após se mudar para o Canto do Ferreira, Maria Lúcia se juntou a outras 60 mulheres que viviam da agricultura familiar para fundar a Associação das Quebradeiras de Coco de Chapadinha.

Sede da Associação das Quebradeiras de Coco de Chapadinha. (Sebrae/Divulgação)

“Quando viemos morar na comunidade, foi porque o governo comprou essa área e nos deu. Antes disso, não tínhamos terra para morar, nem para trabalhar. Vivíamos em outras propriedades, mas as áreas eram pequenas. Lá, o babaçu não dava para a gente sobreviver, então precisávamos buscar sustento em outros lugares. Antes, nós quebrávamos o coco só para tirar amêndoas e trocar por outras coisas no comércio. Não foi fácil. Foi um desafio muito grande chegar até onde estamos hoje”, explicou Maria Lúcia, fundadora e primeira presidente da associação.

Com o passar dos anos, as mulheres da associação desenvolveram diversos produtos oriundos do aproveitamento integral do coco babaçu, como óleo, azeite, farinha, além de biscoitos, pães e bolos — esses últimos feitos a partir do mesocarpo do fruto. Contudo, o aproveitamento não se limita ao preparo de alimentos. Segundo Maria Lúcia, da casca do babaçu é produzido carvão vegetal; o óleo extraído das amêndoas serve como matéria-prima para sabão; e os bagaços do mesocarpo são utilizados como adubo para as plantações.

Mulheres da associação desenvolveram diversos produtos oriundos do aproveitamento integral do coco babaçu. (Sebrae/Divulgação)

“Fomos nos desenvolvendo com informação, com esforço e com coragem para pedir ajuda. Hoje, nada do babaçu se perde: da casca, fazemos carvão; da amêndoa, tiramos o azeite. O óleo vira sabão, e até os bagaços que saem do mesocarpo, a gente seca e usa como adubo nas plantações. Estamos aqui com esse desafio de crescer cada vez mais, porque o babaçu é isso: é força, é natureza, é sobrevivência. É a graça de Deus nas nossas vidas”, disse.

Atualmente, 28 famílias fazem parte da Associação das Quebradeiras do Coco de Chapadinha. Maria Lúcia enfatiza que o apoio de instituições, como o Sebrae, foram fundamentais para o aperfeiçoamento do trabalho desenvolvido na comunidade. “Contamos com o apoio do Sebrae, do Senar, AGERP e da Secretaria de Agricultura do município. Tudo isso ajudou muito para a gente se aperfeiçoar, entender melhor nosso trabalho e crescer”, destacou.

Lavradora Maria Lúcia Borges é a fundadora e a primeira presidente da associação. (Sebrae/Divulgação)

Parceria com o Sebrae – Desde sua fundação, em 2007, a associação vem recebendo apoio do Sebrae em diversas áreas, passando pela gestão organizacional e financeira até práticas de higienização e qualidade. Por meio desse acompanhamento contínuo, as mulheres do grupo aprenderam conceitos como associativismo e gestão organizacional, compreendendo o papel de cada membro da diretoria, a importância das reservas financeiras, dos custos fixos e da prestação de contas.

O Sebrae também trabalha no suporte à elaboração e execução de projetos estratégicos para a associação. Recentemente, um desses projetos possibilitou o apoio financeiro de R$ 50 mil através do Fundo Casa Socioambiental, organização que busca fortalecer pequenas iniciativas que promovem a conservação e a sustentabilidade ambiental. Com o recurso, as quebradeiras de coco adquiriram novos equipamentos, como um compressor e um kit multimídia, fortalecendo ainda mais a estrutura do grupo.

 Associação das Quebradeiras de Coco de Chapadinha é localizada na Comunidade Canto do Ferreira, na zona rural do município.
 Sede da Associação das Quebradeiras de Coco de Chapadinha.
 Mulheres da associação desenvolveram diversos produtos oriundos do aproveitamento integral do coco babaçu.
 Lavradora Maria Lúcia Borges é a fundadora e a primeira presidente da associação.
Compartilhe
Ficou com alguma dúvida? Acesse nossos canais de atendimento.
Se você é um profissional da imprensa, entre em contato pelo [email protected]
ou fale com a ASN em cada UF

Notícias relacionadas