Produtores de Turiaçu vivenciam uma etapa importante para a continuidade dos avanços na melhoria da produtividade do abacaxi de Turiaçu. O “V Dia de Campo do Abacaxi de Turiaçu: da biofábrica ao campo”, realizado pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) em parceria com o Sebrae, apresentou os mais recentes avanços nas pesquisas sobre o cultivo do abacaxi. No encontro, foram distribuídas mudas do fruto geneticamente modificadas para serem plantadas e multiplicadas pelos produtores participantes. O evento reuniu produtores, pesquisadores, técnicos e representantes das instituições parceiras, reafirmando o potencial da cultura do abacaxi e perspectivas futuras da produção regional.
José Paz é produtor do Abacaxi Turiaçu há mais de 20 anos. Ao vivenciar um momento tão importante de incentivo à tradição de cultivo na região, ele avalia o futuro da atividade.
“A gente fica até surpreendido porque isso aqui é uma coisa nova que vai impactar mais ainda a nossa forma de cultivo do abacaxi de Turiaçu. Isso nos enche de esperança de dias melhores. Com a chegada das mudas, o plano é aumentar a produção. Acredito que, com a tecnologia e apoio dos nossos parceiros, vamos ter que aumentar a produção, porque não vamos conseguir suprir a demanda. Este é o melhor abacaxi do Brasil e do mundo; quem prova, pensa que a gente coloca açúcar no pé”, contou o agricultor em tom descontraído.
Avanços – O dia de campo sinaliza avanços para os produtores da fruta, trazendo perspectivas de melhoria na economia de Turiaçu e mais um passo no desenvolvimento da fruticultura maranhense. O evento contou com o apoio do Sebrae, Senar, Ministério da Agricultura – Mapa, Aged (Agência Estadual de Defesa Agropecuária) e da Coopperfrutt (Cooperativa dos Produtores de Abacaxi Turiaçu e outras Frutas de Turiaçu), prefeitura municipal de Turiaçu, Governo do Estado, em parceria com a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) – na área de Apoio à Pesquisa no Porto do Itaqui.
“Para nós é muito importante ter a presença dos nossos parceiros, Sebrae, Senai, Senar e da Universidade, porque a gente tem sempre a aprender. A nossa expectativa é que dê certo e que os produtores se unam mais, que abracem o programa para que tenhamos uma força maior para continuar avançando, nós só temos a ganhar com isso,” contou Albenito da Silva Teixeira, produtor rural e um dos integrantes da Coopperfrutt.
Pesquisa x Produtividade – A pesquisa pretende aumentar a produtividade, garantir qualidade genética e fitossanitária dos frutos. Para o Profs Dr. José Ribamar Gusmão Araújo, um dos responsáveis pela pesquisa, essas melhorias garantem a conservação das características originais da fruta.
“O impacto desse projeto é muito significativo no curto e longo prazo, porque é uma quantidade pequena de mudas micropropagadas; são mudas clonadas, que vão passar por essa fase de multiplicação, depois elas vão para o campo para uma área de cultivo normal e vão gerar frutos. A partir daí, vamos ter mudas em maior quantidade para começar a ampliar a área. Então, essa iniciativa vai ter um impacto longo no sistema de produção do abacaxi de Turiaçu, porque os produtores vão estar trabalhando com mudas de melhor qualidade sem alterar as características do fruto”, explicou o professor Gusmão, especialista na área.
A gerente da Unidade de Negócios do Sebrae, que atende à região da Baixada, Rosa Amélia, enfatiza os inúmeros desafios enfrentados pelos produtores e defende o apoio das instituições para o crescimento da cadeia de produção do abacaxi de Turiaçu.
“O Sebrae tem realizado um trabalho importante de capacitação, de consultorias e apoio técnico e jurídico para produtores do abacaxi de Turiaçu. No momento, nosso foco está no processo de conquista do IG (Identificação Geográfica) do Abacaxi de Turiaçu, que além de reconhecimento da qualidade e da superioridade dessa fruta maravilhosa, pretende combater as falsificações. Existem pessoas que vendem abacaxi de outras variedades como se fossem o de Turiaçu. Então o objetivo é desenvolver essa cadeia produtiva, fortalecer a produção e proporcionar acesso a mercado para esse produto tão especial”, analisa Rosa Amélia.