O fortalecimento do empreendedorismo feminino tem se consolidado como uma das principais estratégias de desenvolvimento econômico e social no Maranhão. Em Imperatriz, o projeto Semeando Empreendedorismo, conduzido pelo Sebrae em parceria com a Suzano, vem transformando a realidade de mulheres que buscam autonomia financeira e reconhecimento como empreendedoras.
Iniciado em 2024, com previsão de conclusão em novembro de 2025, o projeto acompanha diretamente 500 famílias em situação de vulnerabilidade, oferecendo oficinas, cursos e consultorias nas áreas de gestão financeira, marketing digital, atendimento ao cliente e empreendedorismo. Além das capacitações, uma Feira de Economia Criativa é realizada mensalmente, garantindo espaço de comercialização, visibilidade e acesso a novos mercados.
De acordo com a analista do Sebrae, Dideia Torres, o objetivo é estruturar negócios, organizar finanças e promover a profissionalização das participantes. “Aplicamos diagnósticos empresariais, trabalhamos em mentorias coletivas e fornecemos ferramentas práticas de gestão. Esse acompanhamento tem ajudado cada mulher a estruturar seu negócio com base em planejamento e visão estratégica”, explicou.
Para André Becher, Gerente de Sustentabilidade da Suzano, a parceria estabelecida com o Sebrae impulsiona o desenvolvimento regional. “A companhia possui um conjunto de metas de longo prazo alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas), e uma delas é a de contribuir com a retirada de 200 mil pessoas da linha da pobreza em suas áreas de atuação até 2030. Promover ações de capacitação profissional personalizada e fomentar parcerias como esta, com o objetivo de fortalecer a cultura empreendedora, é fundamental para inspirar e motivar potenciais empreendedores em fase de formalização.”, destaca.
Resultados que já podem ser mensurados
Os impactos começam a ser sentidos na prática. Muitas participantes já demonstram maior segurança na gestão financeira, aplicam precificação correta e utilizam ferramentas digitais para ampliar a divulgação de seus produtos. Além disso, há evolução perceptível no atendimento humanizado e na fidelização de clientes.

A empreendedora Emily Eduarda, participante do projeto, afirma que a iniciativa mudou sua visão sobre como conduzir o próprio negócio. “Com esse projeto, a gente está tentando enxergar uma visão diferente de como trabalhar o negócio com diversificação, como agir com os clientes e buscar aprender mais. É um aprendizado que tem sido maravilhoso para a minha vida”, destacou.
Esse processo de mudança não se resume a técnicas de gestão, mas também envolve transformação pessoal. Para a empreendedora Francileia, a experiência trouxe mais confiança e organização. “Estou participando desde o início e já mudou várias coisas na minha vida. Recebo visitas presenciais e online, aprendi bastante e já consigo aplicar o que estou aprendendo no dia a dia”, relatou.
Empoderamento e autonomia
Para a analista Dideia Torres, acompanhar a jornada dessas mulheres rumo à formalização como Microempreendedoras Individuais (MEIs) representa um marco. “É uma mudança de mentalidade. Elas deixam de se ver apenas como donas de pequenos trabalhos e passam a se reconhecer como empreendedoras capazes de crescer com autonomia”, ressaltou.
O cenário regional reforça a relevância desse trabalho. Segundo levantamento do Sebrae, as mulheres já são responsáveis por 33,5% dos empreendimentos no Maranhão, representando mais de 305 mil donas de negócio. Além disso, 41,2% das empresas formais ativas no estado são lideradas por mulheres.