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Diferentes línguas e costumes tomaram conta da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) nesta segunda-feira (24). O auditório do Centro de Ciências Humanas (CCH), em São Luís, foi palco da abertura oficial do encontro internacional do Programa Caminhos Amefricanos, que reuniu intercambistas do Peru, Angola e República Dominicana. A iniciativa, realizada em parceria com o Sebrae, estimula o debate de políticas públicas de igualdade racial, criando um espaço de aprendizado mútuo entre instituições brasileiras e estrangeiras.
A programação do evento teve início ao ritmo de berimbaus e atabaques, que deram o tom a uma apresentação cultural de capoeira que embalou os visitantes estrangeiros. Em seguida, houve um ato solene de recepção dos intercambistas com a presença de representantes da UFMA, do Ministério da Igualdade Racial e do Sebrae, marcando o início da vivência internacional no estado.
O estudante peruano Mijael Ventura contou como está sendo sua experiência no programa. “Não é só um encontro acadêmico, mas também uma oportunidade de conhecer outras realidades e conviver com pessoas que têm vivências diferentes. Conversar com os locais, entender um pouco do dia a dia deles e trocar experiências tem sido algo muito especial”, disse Ventura.
Para Marta Lucas, da Angola, a iniciativa contribui para promover a integração racial entre diferentes nações. “É a primeira vez que participamos de um intercâmbio, e eu estou com grandes expectativas. Este é um projeto importante, que nos dá a oportunidade de discutir questões raciais e mostrar que diferentes países podem estar unidos e falar a mesma linguagem, independentemente da tonalidade da pele”, afirmou Lucas.
Programa Caminhos Amefricanos – Edição Peru, Angola e República Dominicana
O Caminhos Amefricanos é uma iniciativa do Ministério da Igualdade Racial (MIR), em parceria com o Sebrae Nacional, Universidad Nacional Mayor de San Marcos (Peru), Universidade Agostinho Neto (Angola) e Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales – FLACSO (República Dominicana). No Maranhão, o projeto também conta com a colaboração da UFMA.
Kátia Regis, professora da UFMA e coordenadora-geral de Justiça Racial e Combate ao Racismo do MIR, destacou o rico intercâmbio cultural e acadêmico que o Caminhos Amefricanos proporciona aos participantes.
“Por meio do programa levamos estudantes de licenciatura e docentes da educação básica de países parceiros para vivenciarem eventos acadêmicos, visitas a escolas e locais históricos. Também recebemos integrantes desses países, para que possam conhecer, de forma coletiva, a história da população afro-brasileira, suas lutas, conquistas e desafios”, ressaltou Regis.
Eraldo Ricardo, gerente adjunto de Empreendedorismo Feminino, Diversidade e Inclusão do Sebrae Nacional, explica que a instituição tem o objetivo de estimular a cultura empreendedora entre os alunos e professores estrangeiros, incorporando a cultura africana e latina em sala de aula.
“Por isso, criamos uma plataforma Escalada específica para os participantes do programa, entendendo que o empreendedorismo é um comportamento. Mesmo atuando como professores, acreditamos que esse comportamento pode ser trabalhado de forma transversal, no momento em que transmitem conteúdo para seus alunos e alunas”, acrescentou.
De acordo com o diretor técnico do Sebrae Maranhão, Mauro Borralho, a iniciativa reafirma o papel da entidade como agente articulador. “Este encontro representa um marco importante para o Maranhão e para a estratégia de atuação do Sebrae. O Caminhos Amefricanos evidencia uma agenda que, para nós, é prioritária: integrar políticas de educação empreendedora com ações de inclusão produtiva, fortalecimento territorial e valorização da diversidade que compõem nossa identidade enquanto sociedade”, finalizou Borralho.
