“Vem fazer história, que estes são dias de glórias nesse lugar. Vamos para avenida desfilar a vida, ‘mobilizar’. No Mirante da Cidade tem, Cacuriá Assa Cana. Na Praça do Poeta tem, Os Foliões. Na Reffsa tem feira criativa do Encontro de Brechós”. Parafraseando a música Carnavália, do disco coletivo Tribalista, lançado em 2002, pelos cantores Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brow, o Mobiliza também é uma tribo, no Maranhão, que aproxima produtores, artistas, gestores, empresas e entidades do setor público e privado.
São dez dias de encontros, exposições, apresentações artísticas, palestras e workshops. E no dia da Pátria, comemorado nessa quinta-feira (7), o Centro Histórico de São Luís foi tomado pela dança cacuriá, bloco tradicional de Carnaval e mais de 60 empreendedores no segmento brechó.
O feriado de Independência do Brasil começou, em São Luís, com a agenda do Mobiliza marcada por passeio de bicicletas aquáticas, passeio eco-histórico pelo Rio Bacanga, oficina de muralismo e grafitti, encontro de brechós, oficina de crochê, batucada ao pôr do sol, cacuriá no Mirante da Cidade, moda Fashion Show, e apresentação do espetáculo Pão com Ovo.
A lista de atividades foi do dia à noite, sendo que ela representou, também, uma imersão de eventos que se costuma ver apenas em determinadas épocas do ano, como a apresentação da dança cacuriá, nos meses de junho e julho durante o São João, e o bloco tradicional de carnaval, em fevereiro, na festa momesca.
“O Mobiliza cresce a cada edição. Nessa quinta-feira, feriado da Pátria, tivemos uma programação concentrada no centro da cidade. Porém, há por toda cidade ações do Mobiliza. O cacuriá no Mirante da Cidade é um evento da Secretaria Municipal de Turismo, que é feito semanalmente. O local é mais um dos novos pontos turísticos da capital maranhense, onde temos uma vista privilegiada de São Luís. Há também o encontro de brechós, e uma batucada no pôr do sol”, disse a coordenadora do Mobiliza, a analista do Sebrae Danielle Abreu.
Cacuriá
O Cacuriá Assa Cana, coordenado por Roseane Durans, é parte integrante das manifestações folclóricas culturais do Maranhão. O Assa Cana surgiu há 24 anos, num bairro de São Luís chamado Liberdade, comunidade de maior concentração quilombola da região metropolitana da capital maranhense, e umas das maiores comunidades quilombolas em área urbana, da América Latina.
O cacuriá se apresentou no Mirante da Cidade, localizado na Rua do Egito, Centro Histórico de São Luís, entre 16h e 17h; o evento foi realizado pela Secretaria de Turismo (Setur) de São Luís. “Participar do Mobiliza é uma satisfação imensa, e esta é a nossa primeira participação, que seja a primeira de muitas”, declarou Roseane.
Encontro de Brechós
A circulação de economia, geração de oportunidades e criação de conexões são marcas do importante projeto Encontro de Brechós (E.D.B), que existe desde 2017, e está na programação do Mobiliza, desde a sua primeira edição. O evento também fez parte da programação dessa quinta-feira. A produtora cultural Isabela Leite, que integra a organização do Encontro de Brechós, disse que a atividade é um movimento de economia criativa, colaborativa e sustentável.
“Ocupamos espaços públicos, principalmente no centro da cidade. Já tivemos edições tanto aqui na Reffsa, quanto no anfiteatro do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, e, principalmente na Praça do Reggae, sendo que todos estes lugares estão inseridos no Centro Histórico. Apesar de ser um encontro de brechós, movimentamos a economia criativa de modo geral”, destacou Isabela Leite. A produtora cultural informou que o evento acontece de duas a três vezes por mês, sendo que as inscrições para quem quer seus produtos à venda no encontro de brechós podem ser feitas no instagram (@encontrodebrechosslz).
Oportunidades de empreender
Camila Serra de Andrade, de 23 anos, é um dos 60 empreendedores do Encontro de Brechós. “Sou formada em biomedicina. Eu vendo cosméticos naturais, que são fabricados por mim. Participar do encontro de brechós praticamente mudou o destino da minha loja, pois fez eu ficar mais conhecida, conquistando assim clientes”, declarou Camila. Já Bárbara Ribeiro, 33 anos, disse que começou a vender roupa no seu brechó há poucos meses, porém já estaria tendo retorno financeiro. “Está sendo uma experiência incrível, sempre que há edição do encontro de brechós, eu participo”, disse Bárbara.