Patrimônio Mundial da Humanidade, São Luís é uma cidade plural em manifestações culturais e artísticas. A economia criativa, que contempla atividades, produtos ou serviços desenvolvidos a partir da criatividade para geração de trabalho e renda, movimenta a agenda local e cria oportunidades. Mas um dos maiores desafios de quem atua nesse segmento é enxergar-se como empreendedor para, a partir daí, profissionalizar mais o negócio.
Essa também já foi a dificuldade da trancista Rosilda Melo, do bairro Cidade Operária, que encontrou no Sebrae o suporte necessário para fazer o negócio evoluir. “Primeiramente o Sebrae nos ajudou a nos entendermos como empreendedoras. A maioria das pessoas que fazem parte do meu polo não tinha esse entendimento”, compartilha.
Além desse reconhecimento, também é importante aprender sobre questões essenciais a qualquer negócio, como precificação dos produtos ou serviços, conforme também destacou Rosilda. Ela teve a oportunidade de participar de oficinas voltadas a pequenos empreendimentos da economia criativa este ano através da ação Territórios Criativos, que integra o projeto de Economia Criativa do Sebrae. A Cidade Operária foi um dos cinco polos atendidos pela ação, que, desde março, tem mobilizado lideranças do segmento criativo de São Luís.
“A ação Territórios Criativos está sendo aplicada por todos os Sebraes do Nordeste, cada um em seu respectivo estado, e o Maranhão foi o único a desenvolver esse piloto em cinco territórios em vez de apenas um, como os demais estados fizeram, seguindo o planejamento. Isso mostra o grande potencial do nosso estado em gerar emprego e renda por meio da criatividade”, avalia a coordenadora de Produtividade e Transformação Digital do Sebrae no Maranhão, Danielle Abreu.
Empreendedores da economia criativa na macrorregião da Cidade Operária também recebem suporte de outras iniciativas, como a Fundação Justiça e Paz se Abraçarão (FJPA), que há 15 anos desenvolve ações nas áreas de assistência, cultura, saúde e educação voltadas a pessoas em situação de maior vulnerabilidade social. As ações da FJPA envolvem desde oficinas de empreendedorismo até diálogos com empresários locais, de modo a proporcionar oportunidades para a comunidade se expressar criativamente e enfrentar desafios sociais.
O Coroadinho foi outro bairro atendido pela ação Territórios Criativos. No local, a Associação Núcleo de Educação Comunitária do Coroadinho (Neduc), uma organização sem fins lucrativos, desenvolve o projeto Empodera Favela, composto por três pilares conectados entre si: educacional, social e empreendedorismo. “Acreditamos que através da geração de renda e da empregabilidade as pessoas conseguem sair da vulnerabilidade social e econômica”, defende Larissa Colins, gestora de projetos do Neduc.
Uma das frentes em que o Neduc atua é o Perifacred, que apoia empreendedores da periferia fornecendo linha de crédito para pequenos negócios e oferecendo formações para empreendedores aprenderem a gerir e a investir melhor os recursos recebidos. Além disso, o Núcleo também trabalha para dar mais visibilidade a esses empreendedores por meio da Feira de Economia Criativa do Polo Coroadinho, realizada em parceria com o Sebrae durante o Mobiliza SLZ. Segundo Larissa, buscar apoio de outras instituições, como o Sebrae, é uma maneira de fortalecer pontos fortes e trabalhar pontos fracos.
Números
Até 2030, setores e ocupações da economia criativa vão gerar um milhão de empregos, sendo o setor responsável por uma a cada quatro novas vagas, conforme projeção feita pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI), da Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Atualmente, mais de 90% do total das empresas da economia criativa são de micro e pequeno porte.