Rosilene Pereira, produtora de polpas de frutas do assentamento Retiro do Capão do Coco, em Aguiarnópolis, no estado do Tocantins, diz que a ajuda do Sebrae mudou a vida dos produtores rurais. “Nós estamos muito felizes porque o Sebrae nos ajudou muito. Nós temos agora a oportunidade de ganhar uma casa, que será a nossa agroindústria, onde nós vamos produzir e escoar o nosso produto. E isso é algo maravilhoso, nós estamos muito felizes” é o que afirma a produtora.
A produtora faz parte do grupo de 20 famílias atendidas pelo Sebrae por meio do Programa de Consolidação de Assentamentos Produzir Brasil. A visita ao assentamento fez parte da programação do 2º encontro de gestores do Sebrae dos Estados da Amazônia Legal, que aconteceu em Imperatriz, nos dias 18 e 19 de julho.
No encontro, representantes do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) dos estados do Maranhão, Tocantins, Pará, Mato Grosso, Acre e Rondônia avaliaram as prioridades do Programa Produzir Brasil (PPB), tendo em vista os próximos anos e sua atuação na Amazônia Legal.
A representante do PPB no Sebrae nacional, Newman Costa, esteve no encontro e, em sua fala, destacou a responsabilidade da instituição em contribuir para a transformação da realidade dos agricultores assentados, mas resumiu que para isso é necessário planejamento.
“O desafio é planejar mais para que esses grupos de produtores que estão nos assentamentos possam ter acesso às compras governamentais e podermos ajudá-los a compreender que essas atividades se resumem a um negócio que precisa ser planejado”, enfatizou Newman.
Para o gerente estadual de Competitividade do Sebrae no Maranhão, José Noleto Oliveira, o encontro dos estados que compõem a região da Amazônia Legal foi importante pela troca de experiências e pela apresentação de resultados. “Fundamentalmente, foi um momento para justificar a importância do programa e para que a gente consiga aproximar os produtores do mercado consumidor, de modo que eles possam produzir aquilo que o mercado precisa e demanda”.
De acordo com alguns participantes, foram dias de aprendizado, de nivelamento de informações e de foco na visão de futuro. “Tivemos a oportunidade de avaliar o projeto como um todo e identificar o que os colegas estão fazendo nas suas unidades. Depois disso, começamos a planejar os próximos passos do Produzir Brasil focando na produtividade e qualidade de vida, propondo novas estratégias e iniciativas. Então saímos desse encontro com boas ideias e com expectativa de aplicar o conhecimento adquirido no nosso local de trabalho”, avaliou Larissa Vale Queiroz, representante do Sebrae Amapá.
O colega de trabalho de Larissa, Erick Leal, concluiu que foi fantástica a aproximação que tiveram; e de poder evidenciar o que está sendo feito pelos gestores do Produzir Brasil nos assentamentos.
“Nós temos um direcionamento, uma estratégia nacional, mas acaba que cada gestor tem uma visão diferente do projeto e o resultado acaba saindo um pouco diferente, e isso é bom porque a gente se apropria das boas práticas que os colegas estão executando”, parabenizou Erick, que também é do Sebrae Amapá.
O gestor do Programa Produzir Brasil no Mato Grosso, Adriano Bigotto, ressaltou que a troca de experiência melhora a prática local. “Eu saio daqui com muito aprendizado do que a gente pode levar para trabalhar melhor, a exemplo da liderança local dos assentamentos – algo que vou procurar desenvolver no Mato Grosso”.
Unidade de Bacabal – No Maranhão, o Programa Produzir Brasil é executado pela Unidade de Negócios do Sebrae do município de Bacabal, sendo que oito assentamentos são assistidos por esta unidade e estão localizados nos municípios de Lima Campos, Satubinha, Alcântara e Lago do Junco.
O gerente da Unidade de Bacabal, Adalberto Fraga, afirmou que a reunião de trabalho entre os gestores estaduais possibilitou pensar em propostas diferenciadas para o ano de 2024.
“Juntos, estamos ajudando o Sebrae nacional a construir uma nova proposta que será apresentada ao governo federal, e isso nos possibilita dar continuidade ao Projeto em todo o território do Maranhão. A ideia é melhorar a vida de mais produtores rurais, organizar a produção com foco em mercado, e assim, incluir as pessoas dos assentamentos nas cadeias produtivas do nosso estado”, ressaltou Fraga.
Visita em campo – Como parte da programação, os gestores estaduais foram convidados a visitar o assentamento conhecido como Retiro do Capão do Coco, em Aguiarnópolis, no estado do Tocantins.
Nele, foi implantada a fruticultura irrigada, a produção de polpa, projetos de implementação de agroindústrias e o projeto “Sisteminha” – esse é realizado em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o qual atende cerca de 20 famílias locais.
Sisteminha – O Projeto Sisteminha consiste na produção integrada de alimentos, na produção de peixe e na geração de água fertilizada. Ele funciona da seguinte maneira: são utilizadas três caixas d’águas para a recirculação da água onde os peixes são criados. Nesse processo, 10% da água utilizada na criação de peixes podem ser utilizadas para irrigação de hortaliças ou pastagens. Os peixes criados, por sua vez, podem ser vendidos para pagar os custos do projeto e gerar renda local.
Para o agricultor Pedro Leal, o projeto ajudou a realizar um sonho antigo. “A gente via muita promessa de trabalho aqui, mas nunca aparecia nada de fato concreto. Mas o Sebrae nos ajudou a realizar o nosso sonho que era montar a despolpadeira de frutas. Hoje, nós podemos produzir polpa de frutas e vender o nosso produto. Agora sim, a gente acredita que vamos prosperar”, acredita o produtor de hortaliças.
O programa – O Programa Produzir Brasil (PPB) é uma iniciativa estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e visa levar prosperidade aos produtores assentados, beneficiários da reforma agrária, reduzindo suas dependências de ações diretas do Estado e melhorando a qualidade de vida das famílias atendidas.
Ele conta com a parceria do Sebrae nacional e regional; do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); das prefeituras municipais; do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) – juntas, essas instituições levam transformação para agricultores que estão dentro das áreas de assentamento.
Fica para o Sebrae a responsabilidade de realizar consultorias, capacitações e orientações técnicas para que os produtores rurais assentados possam produzir não somente com intuito de subsistência, mas também com o objetivo de comercializar seus produtos e se desenvolver como empreendedores.
Serviço – Para mais informações sobre o Programa, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) disponibiliza o e-mail: [email protected].