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Pequenas ações sociais direcionadas às mulheres da comunidade Coquilho, na zona rural de São Luís, transformaram-se em uma iniciativa de empoderamento feminino na agricultura familiar. O projeto “Mulheres do Campo em Ação” possibilitou a conquista da autonomia financeira por diversas mulheres da região, ajudando-as a transformar sua realidade por meio do empreendedorismo. Foi ao contar essas histórias inspiradoras que as jornalistas Quecia Carvalho e Cris Sousa conquistaram o 1º lugar no 11º Prêmio Sebrae de Jornalismo (PSJ), na categoria Áudio, etapa estadual, em 2024.
O radiodocumentário “Raízes de Mudança” aborda como um grupo de mulheres da comunidade Coquilho está gerando renda com a comercialização de produtos da agricultura familiar e da economia solidária. Segundo Quecia, apesar de carregarem trajetórias de vida distintas, cada mulher pertencente ao projeto têm algo em comum — a determinação de reescrever sua história e a de outras mulheres da zona rural. “Quando as entrevistamos, conseguimos enxergar a história de cada uma de forma particular, percebendo que eram mulheres com trajetórias totalmente diferentes, vindas de regiões diversas, mas igualmente determinadas a mudar suas próprias realidades e as de outras mulheres”, destacou.
Para Cris Sousa, retratar essas jornadas foi uma experiência transformadora. Não somente para ela e Quecia, mas também para outras mulheres que se identificaram com aquelas abordadas pelo documentário. Esse impacto, de acordo com Cris, é intensificado pelo “poder” que o rádio tem de sensibilizar através do som — e até mesmo do silêncio. “Contar essas trajetórias foi algo transformador. Saber que tantas mulheres fortes do Maranhão se reconheceram nas vozes do documentário é a realização de um sonho muito bonito que construímos juntos”, frisou.
Dar ressonância às vozes que inspiram
Quecia enfatiza, ainda, que é equivocada a ideia de que o documentário deu voz às mulheres da comunidade Coquilho. Conforme ela, houve apenas uma “amplificação” daquilo que já possuía alcance e força transformadora. Dessa forma, ela e Cris atuaram para impulsionar esse movimento que já vinha conquistando espaços e fortalecendo o papel feminino na agricultura familiar.
“Nós costumamos dizer que não demos voz a essas mulheres. Essas vozes já estavam ali! Essas mulheres já estavam conquistando espaços, ocupando posições, brilhando, ainda que de forma discreta. Nós apenas amplificamos essas vozes. Usamos a plataforma à qual tínhamos acesso para impulsionar esse movimento. E, por isso, tivemos muito cuidado e respeito ao contar cada história. Era essencial entender que a transformação já estava em curso — nosso papel era apenas levá-la a outros contextos”, evidenciou Quecia.
Conquista do prêmio
Turbilhão de sentimentos. Com essas palavras, Quecia descreve a sensação de ter conquistado o 1º lugar no 11º PSJ na categoria Áudio. Ela detalha que sabia do potencial do documentário, mas não imaginava que ocuparia o lugar mais alto do pódio. Para Quecia, ter sido uma das finalistas da categoria já era um grande reconhecimento — e conquistar o 1° lugar foi uma experiência surpreendente e marcante.
“Quando ouvimos um trecho do documentário sendo reproduzido e, em seguida, o anúncio da vitória, foi um turbilhão de sentimentos. Gratidão ao Sebrae, pelo incentivo e reconhecimento ao jornalismo, mas também pela oportunidade de contar essa história. Logo depois do prêmio, entramos em contato com Maria Antônia, presidente da Associação Mulheres do Campo, para agradecer por tudo e compartilhar aquele momento. Após a premiação, vimos o coletivo alcançar um público muito maior, e isso nos deixa imensamente felizes”, contou.
Cris, por sua vez, destaca que ganhar o Prêmio Sebrae de Jornalismo representa o reconhecimento da instituição aos comunicadores que dão visibilidade a histórias reais, que movem e inspiram. “No nosso trabalho tinha muito amor, carinho e dedicação. Ao ganhar, sentimos que o prêmio não era só nosso, mas de todas aquelas que nos acolheram e nos confiaram a missão de contar suas histórias”, completou.
Prêmio Sebrae de Jornalismo
O 12° Prêmio Sebrae de Jornalismo (PSJ) está com inscrições abertas até 9 de junho. São quatro categorias principais: Texto, Áudio, Vídeo e Fotojornalismo. E, ainda, pelo segundo ano consecutivo, a categoria especial Jornalismo Universitário. Os primeiros, segundos e terceiros colocados nas categorias principais (Texto, Áudio, Vídeo e Fotojornalismo) receberão, respectivamente, R$ 4 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil. Já na categoria especial Jornalismo Universitário, o primeiro lugar será contemplado com R$ 1.500.
Para o jornalista Sebastião Borges, que conquistou o 2° lugar da categoria Áudio da etapa estadual do 11º PSJ, a premiação valoriza e incentiva o trabalho jornalístico desenvolvido de maneira sensível e responsável. “A premiação valoriza o jornalismo que informa, inspira e impacta. Ver meu trabalho entre os melhores reforça a importância do jornalismo comprometido com a sociedade, e me motiva a continuar buscando pautas que deem voz a quem muitas vezes não é ouvido”, disse.
O jornalista Adalberto Melo, vencedor do 3° lugar da categoria Áudio da etapa estadual do 11º PSJ, também destaca a importância da premiação para impulsionar o jornalismo local. “Ganhar o prêmio foi uma experiência incrível. O reconhecimento veio no nascimento do projeto Negócios e o impulso do prêmio foi tão grande que, além de quadro no rádio, hoje ele é um Podcast, Videocast e programa de TV”, destacou.
PSJ no Maranhão
Na edição de 2024, o número de inscritos no Maranhão para o PSJ bateu recorde. Foram 116 trabalhos inscritos e 83 finalistas, o que representa um salto em relação a 2023, quando participaram 34 trabalhos.
Para participar, os conteúdos jornalísticos precisam ter sido veiculados entre 3 de junho de 2024 e 8 de junho de 2025. Como nas edições anteriores, não há limite na quantidade de trabalhos inscritos por profissionais ou estudantes.
Para se inscrever na edição deste ano, os interessados devem acessar o site www.premiosebraejornalismo.com.br, onde podem conferir todos os detalhes do regulamento.
