As fachadas centenárias do Palácio do Comércio, sede da Associação Comercial do Maranhão – ACM, e do Palácio Arquiepiscopal, ambos localizados no Centro Histórico de São Luís, ganham, nos próximos meses, um conjunto de reparos e intervenções em suas fachadas e ambientes internos em uma ação pioneira – o programa Canteiro Escola.
Os agentes dessa ação transformadora são 60 jovens, capacitados na conservação de prédios históricos para atuarem como pedreiros e pintores. Esse grupo receberá 640 horas de aulas teóricas e práticas ministradas por especialistas do Senai, além de noções de empreendedorismo e gestão, e vão servir de ambiente de aprendizado para o grupo, conforme avalia Wesley Lucas, de 19 anos, um dos beneficiados pela iniciativa, ressaltando que a participação no programa é um marco de superação pessoal e como oportunidade para cada um deles.
“Sinto-me feliz de participar desse projeto e agradeço aos realizadores por essa oportunidade de preparação para o mercado e de fazer algo de bom por nossa cidade”, afirmou Lucas. Já para Graziela Soeiro, o Canteiro Escola representa mais que um desafio. “Quero me inserir nesse mercado e ser uma excelente profissional, daí minha gratidão a todos os que tornam esse projeto uma realidade, que começa mudando nossas vidas e marcará São Luís, cidade de memórias e tradições”, celebrou ela.
Nesta edição, o Palácio Arquiepiscopal, que abriga o Museu de Arte Sacra, e o Palácio do Comércio, sede da Associação Comercial do Maranhão recebem reparos no reboco, pintura externa, assim como nas esquadrias em madeira e nas grades, além de terem os gradis (guarda-corpos) recuperados. A primeira edição do Programa Canteiro Escola foi realizada em 2021 e contou com a participação de 36 alunos, mas, ao todo, foram formados 27 alunos nas funções de pedreiro de alvenaria e pintor de obras imobiliárias, com carga horária de 400 horas.
Aula inaugural – A aula inaugural do segundo ciclo do projeto, realizada na manhã desta segunda-feira, dia 6 de março, marcou o início de uma nova etapa do programa, que na edição 2021 assegurou a recuperação da fachada do Mercado das Tulhas, que abriga a tradicional Feira da Praia Grande, também localizada no Centro Histórico de São Luís.
O Canteiro Escola é uma iniciativa da Prefeitura de São Luís por meio da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH), e reúne como parceiros a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), através do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Maranhão (Sinduscon/MA), com participação do Sesi, Senai, Sebrae e Fecomércio-MA, além da Associação Comercial do Maranhão (ACM). Também são parceiros da iniciativa as empresas Vale, Alumar, B2O Partners, Eneva, Cimento Bravo e Gomes Sodré.
Prestigiando o início da segunda etapa, o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae no Maranhão – CDE Sebrae, Celso Gonçalo, destacou a importância da iniciativa. “Além da importante contribuição social, o Canteiro Escola é pioneiro ao aliar a capacitação de jovens para o mercado e a preservação do patrimônio histórico de São Luís. Os dois prédios são construções históricas, com peculiaridades arquitetônicas únicas, verdadeiros patrimônios da nossa cidade”, frisou ele.
Já o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, ressaltou a união de esforços concentrados no programa, lembrando que o desafio de construção de uma cidade acolhedora e humana deve envolver todos os segmentos que possam contribuir em favor dos resultados. “Nada mais oportuno do que a valorização desse patrimônio tão importante para a compreensão da nossa história de forma conjunta. O projeto tem como objetivo a conservação das memórias da nossa cidade, com um viés social importante ao preparar nossos jovens para o mercado”, explicou Braide.
Metodologia – O programa terá duração de aproximadamente sete meses, atendendo 60 alunos, que receberão bolsa-auxílio no valor de R$300,00. Esse grupo terá aulas teóricas e práticas, além de alimentação, vale-transporte, fardamento e, na conclusão do curso, os participantes receberão certificado emitido pelo Senai.
O presidente do Sinduscon-MA e conselheiro do Sebrae, Fábio Nahuz, destacou o importante papel social do projeto. “Temos, com esse programa, um belo exemplo de cidadania corporativa praticada por empresas e entidades comprometidas com a qualificação de mão de obra especializada, mobilizadas para garantir a continuidade da nossa história por meio de iniciativas voltadas à preservação da nossa história e memória coletiva”, afirmou ele.
Participaram da aula inaugural, o superintendente do Sebrae no Maranhão, Albertino Leal; o diretor Técnico Mauro Borralho; o gerente da Unidade Regional do Sebrae em São Luís, Mauro Formiga, além de técnicos da instituição.