Agência Sebrae de Notícias

Em seus 51 anos de existência, o Sebrae tem no currículo centenas de histórias de mulheres que mudaram de vida e concretizaram seus sonhos, sustentadas na vocação para empreender. A maranhense Carloandra Saturnino, que atua no ramo de produtos naturais e gastronomia saudável, é uma delas.

Natural de Pedreiras, na região Médio Mearim do estado, ela sempre teve o desejo de ter um negócio próprio. Após o contato com uma nutricionista, identificou uma oportunidade para um empreendimento inovador na sua cidade. É quando nasce o Empório Saturnino, momento que também marca o encontro dela com o Sebrae, parceiro no apoio, trazendo orientações que ajudaram na concepção do empreendimento desde os primeiros passos.

A empreendedora personifica o ambiente de empreendedorismo feminino no Maranhão e no Brasil, via de regra. No estado, segundo dados levantados pelo Sebrae, com base em microdados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do 4º trimestre de 2023, são 305.352 empreendedoras (entre formais e informais), o que corresponde a 33,5% dos donos de negócio. Desse total, no Maranhão, 285.472 trabalham por conta própria e 19.880 são empregadoras. Ainda segundo a pesquisa, apenas 41.312 empreendedoras atuantes no estado, cerca de 14%, possuem empresa formalizada. Mas essa realidade começa a mudar, tendo o conhecimento como base.

“Quando eu decidi que iria montar uma loja de alimentos saudáveis, fui atrás de informações sobre como montar essa loja, e a primeira opção que apareceu na internet foi o Sebrae. Depois, fui ao espaço físico do Sebrae em São Luís, onde eu morava na época, em busca dessas informações que eu precisava. Depois, quando mudei-me para Bacabal, lá fiz o Empretec, que foi um divisor de águas, me mostrando, de fato, quais eram as minhas características empreendedoras e falhas que eu poderia corrigir”, explica Carloandra.

O caso da empreendedora revela, ainda, que apesar do crescimento da presença feminina no mercado, empreender ainda é um desafio para as mulheres, que tem a ver com a capacidade de conciliar vida pessoal, familiar e trabalho; conviver com impostos ainda elevados; estarem sujeitas à desvalorização, preconceitos e estereótipos de gêneros que acabam impactando os negócios, conforme destaca Carloandra “por experiência própria”.

“Eu percebo sim, essa dificuldade para empreender por ser mulher. Primeiro, porque ainda é um tabu que a gente vem quebrando. É fácil dizer que um homem tem um negócio, que às vezes é até informal, mas já dizem que ele é ‘o mais novo empresário da cidade’. Enquanto nós mulheres, muitas vezes, não nos vemos como empresárias e nem acreditamos na nossa capacidade para alcançar o sucesso. A mulher vem quebrando muitos tabus, é verdade. Mas algumas dificuldades persistem. Eu, por exemplo, sinto dificuldades até hoje nas negociações, porque eles acham que mulher quer enrolar na hora da compra e na prestação de serviço. Então, tem essa barreira também, muitos acham que as mulheres são bobas, que não vão saber negociar”, afirma a empreendedora.

Fortalecer a atuação dessas mulheres tem sido um desafio que conta com o Sebrae na oferta de soluções de conhecimento e mercado, que impactam desde os primeiros passos de um negócio. Entre essas soluções, destacam-se o Programa Sebrae Delas, Prêmio Mulher Empreendedora, o estímulo à atuação em grupos e, além disso, a oferta de capacitação alinhada com o momento do negócio. Com essas estratégias, nos últimos cinco anos, já foram mais de 16 milhões de mulheres atendidas pelo Sebrae em todo o Brasil.

“Eu participo de grupos de mulheres empreendedoras, da Sala do Empreendedor e de vários outros grupos fomentados pelo Sebrae. Eu já ganhei uma viagem pelo Sebrae para conhecer a Rede de Mulheres Empreendedoras, rede nacional com a qual o Sebrae também tem parceria. Já fiz inúmeros cursos e consultorias, não só aqui no Maranhão, mas em outros estados e o Sebrae, para mim, é uma paixão. De tanto que eu falo do Sebrae, eu já sou conhecida aqui em Pedreiras como a “garota do Sebrae”, por conta das indicações que eu faço. E eu recomendo o Sebrae, porque coloco em prática tudo aquilo que aprendo. Não é só uma fala, é a minha vivência. Daquilo que aprendo, coloco em prática e tenho resultados”, pontua Carloandra.

Para ela, o conhecimento tem feito a diferença. “O conselho que eu dou para uma pessoa que está querendo empreender é que busque entender qual é o seu propósito. É necessário que se tenha fé naquilo que realmente se vai fazer. Mas, precisa também ter resiliência, resistência e saber renunciar. A minha mensagem para as mulheres, é que possam perceber o tamanho da própria força, da garra, da determinação e do amor pelo que se faz. Que a mulher reconheça, de fato, quem é e a sua própria capacidade. Quando você reconhece quem é, você consegue ser uma mulher forte em todas as áreas da vida. E isso se reflete também na atuação como empreendedora”, conclui ela, compartilhando o aprendizado fruto de uma trajetória de cinco anos no mercado.