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Desde abril, o Sebrae realiza no Maranhão o evento Caravana Criativa com o objetivo de esclarecer a temática da economia criativa, mostrando como funcionam os modelos de negócios que se originam do conhecimento, criatividade e capital intelectual. A primeira etapa da agenda ocorreu entre 25 e 28 de abril, em Balsas, Grajaú, Açailândia e Imperatriz, contemplando quatro das 11 cidades que receberão o evento até o final de maio, levando, ainda, a experiência de sucesso do Mobiliza São Luís, movimento que ganhou o prêmio internacional na categoria Conexões Significativas.
“O Mobiliza São Luís é uma experiência prática e de sucesso que apresentamos durante a Caravana Criativa, este evento que leva informação, gera reflexão sobre as atividades criativas presentes no território e desperta nos participantes o desejo de fomentar e desenvolver a cadeia da economia criativa local que se baseia nos negócios decorrentes do conhecimento, da criatividade e do capital intelectual”, explica o diretor técnico do Sebrae Maranhão, Mauro Borralho.
Em Balsas, primeiro território a receber a Caravana Criativa, foram destacadas nas discussões o resgate histórico das festividades municipais, comidas típicas e possibilidades de experiências turísticas para além do que, comumente, costumam ser realizadas na cidade.
Para a conselheira de cultura de Balsas, Juliana Feitosa, o evento possibilitou um novo olhar sobre o seu trabalho com o artesanato. “Esse momento foi de extrema importância, mostrando como resgatar o pertencimento em todas as áreas e, principalmente, no artesanato que é onde atuo, e no turismo criativo. As pontuações foram importantes para fazer todos entenderem como podemos fazer essa relação entre o que é nosso, o artesanato e o turismo”, destacou
Em Grajaú, a criação de produtos e serviços com alto valor agregado a partir do conhecimento e da valorização da diversidade cultural foram vistos como diferenciais dos negócios criativos. Neste sentido, foram citadas a mistura das tradições sertaneja e indígena que acontecem no município.
Um exemplo dessa mistura é o DJ Freddy Aioria, Guajajara da Aldeia Morro Branco e amante da música eletrônica. Dentre seus trabalhos, o jovem leva a batida da música eletrônica para revisitar uma música de Luís Carlos Pinheiro, poeta e cantor local. “Eu quero trazer algo diferente para Grajaú, sair das mesmas músicas e atrações. Eu uso o que eu conheço para fazer a minha música”, conta Freddy.
Na cidade de Açailândia, um dos pontos de destaque é a economia criativa sob o viés da inovação que permite às comunidades desenvolverem negócios sem, necessariamente, precisarem de uma base tecnológica, fornecendo serviços e produtos de forma colaborativa para atender às necessidades de onde estão inseridas. A inovação, assim como a economia criativa, precisa fazer sentido para a comunidade, não para o global”, ponderou a professora Jéssica Santos, que faz parte do ecossistema de inovação em desenvolvimento no Município.
Na última quinta-feira, 28 de abril, a Caravana Criativa do Sebrae chegou à Imperatriz. Na bagagem, um pouco de cada vivência anterior, além da motivação para continuar a agenda. “Finalizamos essa primeira etapa com alegria pela adesão que tivemos dos empreendedores, das entidades e parceiros, além de termos democratizado o acesso à informação referente à economia criativa, tão importante para economia global. E já estamos na expectativa da próxima etapa”, avaliou Danielle Abreu, coordenadora do projeto.
Potenciais criativos
Com a iniciativa das Caravanas Criativas, o Sebrae busca identificar os aspectos da Economia Criativa nas várias regiões do Maranhão; quais os segmentos de negócio atuantes, quem são os empreendedores e trabalhadores da área, assim como a sensibilização dos indivíduos para o trabalho colaborativo e da percepção do olhar para o entorno, a Identificação e proposta de solução de problemas através de negócios criativos.
A partir deste objetivo foi pensada a palestra de Milla Pasan, com o tema “Economia Criativa: na emoção, no ritmo e na razão”, que provoca e convida os empreendedores e entusiastas da economia criativa a pensarem além do convencional, incentivando-os a perceber a criatividade como ferramenta para o empreendedor potencializar todo tipo de negócio e desenvolver produtos e serviços extrapolam o comum. Não precisa ser algo complicado: os poemas de um escritor local podem virar estampas de camisetas, canecas e outros objetos. O diferencial pode estar no design e na relação de reconhecimento com a identidade local.
Para que essas ideias virem negócios é importante destacar a necessidade de os empreendedores dominarem a propriedade intelectual. Muitos já possuem um produto interessante, mas o mesmo não é licenciado ou formalizado. “Eu tenho a criatividade, domino o saber fazer e, assim, posso obter licenciamento, cessões e/ou royalties para o fruto do meu intelecto, o que vai dinamizar negócios”, explica Milla, destacando que a economia criativa pode ser um importante condutor do desenvolvimento econômico de uma região, gerando renda para os criativos locais.
Próximas paradas
Após parada de uma semana, a Caravana Criativa vai prosseguir para as cidades de Rosário (08/05), Barreirinhas (09/05) e Tutóia (10/05). A última etapa do projeto acontecerá nos municípios de Pindaré (22/05), Matinha (23/05), Guimarães (24/05) e Cururupu (25/05).
