ASN MA
Compartilhe

Micro e pequenas empresas do MA tem 34% de mulheres no comando

MPE’s maranhenses tem expressivo comando feminino, são as que geram mais empregos no estado, mas ainda precisam de apoio para sobreviver no mercado
Por Laurenne Maia
ASN MA
Compartilhe

Pouco mais de um terço dos negócios ativos no Maranhão são comandados por mulheres. Dados do Data Sebrae apontam que, entre os quase 262 mil negócios ativos no estado, entre as micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais, elas somam 34%, percentual que corresponde a quase 3% do total de negócios ativos no Brasil.

Neste 5 de outubro, dia nacional de celebração às micro e pequenas empresas, o Maranhão contabiliza, além destes, outros dados expressivos. Em 2021, foram abertas no estado 50.611 MPE’s e fechadas 15.201, o que resulta em um saldo de 35.410 novas micro e pequenas empresas abertas e representa uma aposta no empreendedorismo como projeto de vida, cujos saldos mais evidentes são um salto na geração de empregos e a atuação pulverizada em todos os segmentos da economia local.

Do total dos empreendimentos ativos do Maranhão – quase 262 mil empresas – as micro e pequenas empresas e empreendimentos individuais atuam no Comércio (132.937), setor de Serviços (95.072), Indústria (17.901), Construção Civil (13.809) e em menor número na Agropecuária, onde estão 2.182 pequenos negócios.

Esse grupo emprega 389.664, gerando uma massa salarial de R$ 677,1 milhões. Somente a categoria das microempresas mobilizam 216.756 e massa salarial de R$ 319,5 milhões.

“Ao longo destes 50 anos, o Sebrae tem atuado fortemente no Maranhão, através de suas Unidades Regionais, levando ações de atendimento, orientação e todo o suporte, com ações de mercado, à inovação e tecnologia, com o suporte para tomada do crédito, entre

-

Empreender para crescer

-

São empreendedores como Josilene Martins, 29 anos, residente no município de Bacabeira, às margens da BR-135. Jô fabrica saborosos doces, bolos, salgados e sucos e uma novidade que vem conquistando o público – o hot dog no pote.

Há quatro anos, Jô trabalha no ramo de doces e salgados, com o apoio da família. Após passar pelo curso Mulher Empreendedora, organizado pelo Sebrae, prefeitura de Bacabeira e a Sala do Empreendedor local, ela, que antes atendia só no próprio bairro, viu o negócio crescer impulsionado pelas redes sociais e por orientações recebidas no curso.

“Hoje entregamos em municípios vizinhos como Rosário e em todos os bairros de Bacabeira. E procuramos nos aprimorar para melhorar cada vez mais, com ajuda do Sebrae. O curso me ajudou bastante com a precificação dos meus produtos e hoje, nosso faturamento cresceu bastante e já responde por boa parte do nosso sustento”, completou ela.

Já Marta e D. Rosilene Santos, de 27 e 55 anos, respectivamente, também atuando em Bacabeira, são produtoras rurais, atuando em uma propriedade no povoado de São Cristóvão.

Há três anos, elas resolveram apostar na atividade com mais afinco, passando a produzir orgânicos não apenas para consumo próprio, mas para comercialização em feiras e espaços de venda criados e apoiados pela prefeitura de Bacabeira, como a Feira do Agricultor. Da propriedade saem frutas, legumes e verduras saudáveis, flores e plantas ornamentais, além de temperos caseiros e de uma série de outros produtos que fazem a festa nas mesas dos bacabeirenses.

Atuando no setor de serviços, Vanessa Karine, representa produtos da linha Eudora há pelo menos seis anos, embora já empreenda, junto com o esposo, em uma loja de material de construção.

Apostando na variedade de produtos e, como adicional de valor agregado, em consultoria para a aplicação e uso dos cosméticos, que conquistou a clientela e hoje vende por encomendas, mas já pensa no ponto fixo como nova etapa do negócio.

“Com incentivo, preparação, coragem e muita divulgação, a gente alcança nossos objetivos, pois capacidade e boas ideias nós temos. Começamos por necessidade de ajudar nossas famílias, mas estamos crescendo e queremos mais oportunidades, sempre com a ajuda do Sebrae” concordam Jô, Marta e D. Rosilene Santos e Vanessa.

-

Apoio para sobreviver é fundamental

-

As três maranhenses vivenciam uma situação comum a muitos empreendedores de pequenos negócios do País, que lutam para sobreviver em meio às dificuldades.

No Maranhão, o Data Sebrae aponta que 13,9% das MPE’s maranhenses não sobrevivem por mais que dois anos, embora o estado contabilize o 7º melhor desempenho do Brasil no que se refere a sobrevivência dos pequenos negócios.

Segundo Esther de Freitas, gerente do Sebrae na região de Lençóis-Munim, alguns fatores contribuem para esse cenário ainda desafiador.

“A falta de um plano de negócios, dificuldades na gestão, a falta de controle financeiro, desconhecimento do mercado, burocracia na abertura da empresa e até aspectos comportamentais, como a falta de atitude empreendedora, por exemplo. Porém, ele ressalta que apoiados pelo Sebrae, com a orientação e o acompanhamento adequados, esses empreendimentos têm tudo para continuar crescendo com sustentabilidade”, explicou a gerente.

Panorama – Os índices levantados pelo Data Sebrae revelam o panorama das micro e pequenas empresas maranhenses: 82% destes são negros ou pardos; 32% têm até 34 anos; 8% com nível superior; 78% contam mais de dois anos de funcionamento, a sétima taxa do país.

Do total de empreendedores maranhenses, 33% dos tem rendimento superior a um salário mínimo mensal, 92% trabalham por conta própria e não têm empregados e apenas 11% contribuem com a Previdência.

  • Bacabeira
  • Dia da MPE
  • Lençóis Munim
  • Maranhão
  • orgânicos
  • produtos orgãnicos
  • Sebrae no Maranhão
  • Vale do Munim