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Mercado da economia criativa investe em alternativas para sobreviver na crise

Empreendedores reinventam práticas de gestão e apostam na colaboração e na formação de redes como alternativas de sobrevivência. Movimento Mobiliza SLZ contempla novo olhar para cenários pós-crise, envolvendo a iniciativa privada, setor público e ecossistemas de economia criativa, cultura e turismo.
Por Redação
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A chegada do novo coronavírus ao Brasil tem provocado temor e gerado esforços para conter o avanço da doença. Mas, os perigos do Covid-19 não estão apenas na área da saúde.

Na economia, os impactos são imensos. Um dos setores que mais vem sofrendo é a economia criativa. O ecossistema, que no Brasil mobiliza mais de 150 mil empreendimentos, emprega quase 50 mil pessoas e gera uma massa salarial de R$ 1,3 bilhões por ano, vinha num crescente, tendo movimentado, em 2015, R$ 155 bilhões. Agora, com a crise, o mercado projeta perdas de 70 a 100%.

Que alternativas existem e como os elos do ecossistema se articulam para vencer as dificuldades do momento?

Segundo avalia Danielle Abreu, gestora de Economia Criativa do Sebrae no Maranhão, “o ecossistema tem buscado reinventar-se a partir da ativação e do fortalecimento das redes criativas e colaborativas, com os empreendedores formalizando mais parcerias entre si, um ajudando e complementando o outro e além disso, buscando uma maior presença digital para aproveitar as potencialidades que a internet oferece”, considera Abreu.

Neste momento, “primeiro, o empreendedor precisa pensar em modelos para a oferta de produtos de forma digital”. “Já se tem bons exemplos de shows e artes cênicas via internet”, observa ela. “E – segundo – olhar para a sua realidade, procurando manter equilibrados os custos do negócio e estando atentos a eventuais oportunidades. É importante não descuidar da gestão da empresa neste momento”, completa.

Ela acredita que há uma tendência mundial no uso da internet como plataforma de disseminação da cultura e do entretenimento. Porém, reforça que os pequenos negócios ainda carecem de incentivos do governo e da sociedade para conseguirem monetizar o seu trabalho.

No Maranhão, como forma de apoio aos criativos, por meio de edital específico, o governo do Estado tem promovido shows em ambiente virtual com artistas locais, assegurando a geração de receita neste momento de crise.

“É uma medida positiva, mas é importante pensar em soluções para continuar gerando renda para esses criativos. A proibição de eventos e o isolamento social comprometeram o desempenho dos negócios criativos. O ecossistema tem como desafio reinventar-se e olhar para o futuro para identificar e se preparar para oportunidades com os novos cenários, que certamente exigirão outra postura e novos modelos de negócios”, complementa Danielle Abreu.

Mobiliza SLZ sinaliza novo olhar para o cenário pós crise

A gestora do Sebrae lembra, ainda, que nesse cenário novo se inscreve o Mobiliza SLZ, movimento plural e inovador organizado pelo Sebrae e vários parceiros da iniciativa privada, setor público e dos ecossistemas de economia criativa, cultura e turismo previsto para acontecer no período de 14 a 22 de novembro próximo.

A iniciativa é inspirada no Floripa Conecta e será uma espécie de ‘guarda-chuva”, concentrando, em princípio, 20 eventos simultâneos, que aconteceriam de forma dispersa durante este ano e que, realizados juntos, tem capacidade para atrair um volume maior de pessoas. “Com o Mobiliza SLZ, que acontece após o epicentro da crise, formaremos uma grande rede colaborativa e inovadora com capacidade para contribuir na retomada de fôlego do ecossistema de economia criativa”, explica Daniele Abreu.

Criativos geram soluções inovadoras e colaborativas

Entre empreendedores atendidos pelo Sebrae por meio dos projetos de Economia Criativa e Dice Fellowship, criatividade, inovação e colaboração se tornaram palavras de ordem.

Se de um lado, eles buscam estruturar formas de atendimento e aprimorar produtos nesta fase de negócios em baixa, de outro constroem alternativas de colaboração no mais estrito exercício da máxima “ninguém solta a mão de ninguém”.

Pessoas como Aniela Lobato, criadora da Doce Anis, especializada na fabricação de balas, doces e iguarias tradicionais maranhenses, sofrem com a retração do consumo. Ela, que atua em parceria com buffets, promotores de festas (casamentos, bodas, aniversários, maternidade, batizados) e se aliou a casas comerciais para a venda dos doces, viu-se privada dos canais tradicionais de vendas que também incluíam venda direta, entrando de loja em loja nos corredores comerciais de São Luís, a capital do Maranhão. 

Com o apoio da família, Aniela teve que replanejar o dia a dia, reforçando o serviço de entrega e a presença digital. Ela apostou na divulgação em redes sociais como alternativa e conta que está surtindo efeito. “É o que está ajudando a manter o negócio operando. Estou preocupada, porque tenho que sair para fazer as entregas, mas estou tendo cuidado tanto comigo, quanto com os produtos e com a segurança do cliente, redobrando a atenção com a higiene, algo muito importante neste momento. Embora apreensiva, estou confiante que vai dar certo”, explica ela.

Já o publicitário, designer de marca e fotógrafo Marcelo Guimarães, especialista em marketing e idealizador da Coreto, marca que dá voz aos artistas maranhenses, percebeu que no cenário da pandemia muitos pequenos negócios estão tendo as vendas impactadas por trabalharem com itens de ‘terceira necessidade’, por terem dificuldades na implantação do delivery e principalmente pela ausência virtual do negócio.

Para apoiar os colegas nessa situação, Marcelo ofereceu serviços gratuitos de criação de postagens para redes sociais, pensando em potencializar a divulgação e gerar negócios para os criativos.

“São empreendedores com dificuldade de estarem presentes nas redes sociais por não terem acesso a uma assessoria publicitária, como pagar ou por não saberem manusear os aplicativos adequados. Eles trabalham sozinhos, gerindo negócios que são de extrema importância e impacto social dentro das comunidades. Precisamos olhar e dar apoio a estes negócios. Penso que o momento é de união e fortalecimento. Devemos dar as mãos e pensar no amanhã”, assinala Guimarães. “Também tenho criado postagens diárias com frases e trechos de músicas para tentar não os deixar desanimar, algo também importante”, completa ele.

O casal de jornalistas Roberta Costa e Itevaldo Júnior também encontrou no empreendedorismo colaborativo uma forma de ajudar e fortalecer o próprio empreendimento, ajudando outros criativos neste momento de crise.

Criadores da Palavra Comunicação e Estratégia, agência de conteúdo digital e jornalismo de dados, eles acabam de colocar no ar um perfil no Instagram – o @fortalece.slz – pensado como plataforma para divulgar negócios criativos, ajudando a fortalecer a presença digital destes negócios. O acesso é simples. Basta preencher um formulário anexo à descrição do perfil com as informações do negócio (setor, endereço, contatos, canais de venda) e a Palavra prepara card’s de divulgação exibidos no fortalece.slz.

“É hora de somar forças e fazer a diferença. Essa iniciativa tanto fortalece a Palavra como negócio, como reforça e reafirma o nosso olhar para a realidade local, o compromisso social da nossa empresa, como expressa a nossa determinação de que, neste ambiente preocupante, estamos juntos e ninguém solta a mão de ninguém”, reflete Roberta Gomes.

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