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Que os pais são inspiração para os filhos desde sempre, ninguém discorda. Desde muito cedo, há pequenos que sonham seguir a profissão do papai. Há aqueles que desenvolvem gostos semelhantes, assumindo preferências e referências em geral, como, por exemplo, engrossar a torcida pelo time do paizão.
No meio empreendedor acontece o mesmo e são comuns histórias de filhos e pais que, em algum ponto da vida, decidem empreender juntos; de filhos que se espelham no papai para tirar do papel o sonho do negócio próprio ou que empreendem por herdar deles o DNA para os negócios. Como há os que desejam continuar a obra iniciada pelo pai, do mesmo modo que há papais que, motivados pela força empreendedora dos filhos, decidem assumir junto com eles os desafios de tocar um negócio, no inquietante ambiente das empresas familiares.
Estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Sebrae (Análise das Empresas Familiares no Brasil, de 2017) mostram que os negócios familiares já representam 90% das empresas abertas no país, respondendo por 65% no Produto Interno Bruto (PIB) e garantindo cerca de 75% da empregabilidade.
O levantamento sinaliza, porém, um dado preocupante – apenas 5% desses negócios sobrevivem à terceira geração. E, são vários os desafios que levam a isso. Choque de gerações, relações pessoais e incapacidade para a gestão de conflitos são alguns exemplos.
“As empresas familiares têm grande destaque na economia, principalmente entre os pequenos negócios. São empreendimentos que têm a gestão facilitada por terem comando único e centralizado, permitindo reações rápidas em situações de emergência e com uma estrutura administrativa mais enxuta, fruto de investimentos, via de regra, oriundos da poupança familiar. Isso evita o acúmulo de juros excessivos, que comprometem a rentabilidade do negócio em médio e longo prazos. As equipes costumam atuar motivadas e unidas pelo mesmo sonho, são empresas que gozam de credibilidade na comunidade e que buscam se desenvolver em conjunto, tendo a confiança mútua como base”, explica a analista do Sebrae, Marina Lavareda.
Ela ressalta que, para que sejam bem sucedidas, essas empresas precisam atentar para alguns aspectos: trabalhar a gestão de conflitos e a resistência às mudanças, o lado emocional e humano, evitar que os interesses pessoais prevaleçam e superar o desafio entre os propósitos da família x empresa. “São universos que, nas empresas familiares caminham juntos, mas não devem ser confundidos e nem se sobrepor”, complementa Marina Lavareda.
Desafios à parte, na trajetória de pais e filhos empreendedores estão presentes a necessidade de superação como em todo negócio, combinada com o prazer que é atuar ao lado de quem se ama, inspira e incentiva.
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